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"Morte, luto, busca de sentido" - Curso de Extensão


 
 
 
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Curso de Extensão aborda o tema: "Morte, luto, busca de sentido"

Por Frei Osvaldo Maffei, OFM

Petrópolis (RJ) - Na noite do dia 24 de maio (2011), o curso de extensão “Sua Saúde – Espiritualidade na qualidade de vida” teve como tema: Morte, luto, busca de sentido. Irmã Maria Bernadete Gonçalves de Pinho apresentou o tema da noite, fundamentando-o em sua própria experiência profissional.

O sentido da vida é uma constante preocupação existencial do ser humano. No entanto, este sentido toma cores diferentes quando a própria vida sente-se ameaçada pelo desconhecido, ou seja, quando o ser humano, no seu vir-a-ser cotidiano, vai palmilhando sua história até ser arrebatado pela morte. Portanto, um de seus traços característicos é o da finitude. E é justamente a partir desta condição que a psicóloga Maria Bernadete assegura ser necessário compreender a morte.

É possível “experienciar” a morte? A partir desta pergunta, a palestrante afirmou que a morte só pode ser conhecida a partir de alguma experiência que fazemos dela, como seja: por ocasião da morte dos outros e através das próprias experiências de morte que acontecem durante a vida. “A vida só se faz vivendo, como a morte só se faz morrendo”, afirmou Ir. Bernadete. Assim, quando vivemos o novo de cada dia experimentamos coisas novas e de jeito novo.

A história da humanidade apresenta a compreensão da morte de acordo com cada período histórico. Na antiguidade, a morte costumava acontecer em casa. Por isso, não tinha um caráter estranho, pois era muito “mais comum” do que hoje. Na Idade Média, com a presença de doenças infectocontagiosas e sem cura, a morte, próxima, era um evento quotidiano, tornando a perda advinda com ela constante e quase banal. Na segunda metade do século XIX, a morte passa a não acontecer mais em casa, ao alcance dos olhos da família, mas sim, no hospital. Na contemporaneidade, a morte passa a incomodar mais as pessoas, visto que em sua maior parte, os óbitos acontecem nos leitos de hospitais, longe da família. A família passa, então, a experimentar a morte através de um vidro, ou seja, de uma maneira relativamente distante. E cada pessoa lida com ela de acordo com sua própria história de vida pessoal, com os vínculos que mantinha com a pessoa agora falecida, com seu contexto de vida.

É nessas horas de intensa experiência com a morte que o ser humano busca novo sentido. Este sentido, quase sempre, vem por meio de duas indagações: ‘por quê?’, e ‘para quê?’ A primeira indagação situa-se no âmbito da ciência, enquanto processo de falência da materialidade humana; a segunda, no âmbito da fé, enquanto sentido da existência humana. Cada um, a seu modo, busca transpor a barreira do luto e da dor.

Irmã Maria Bernadete, ao atuar como psicóloga no CTI do hospital, percebe que cada ser humano vive a experiência de morte de um jeito próprio. E, deu um exemplo: disse que em sua comunidade religiosa existe uma irmã de idade avançada, que, por ter um problema na coluna, anda inclinada, mas que, quotidianamente, colabora na arrumação do refeitório, carregando pratos. Ao ser perguntada se sentia dor, ela respondeu que “sim”; e, ao ser indagada se tomava remédio para se livrar dela, sua reposta foi “não”. Admirada, Irmã Bernadete perguntou-lhe então o que fazia com a dor. Maior ainda foi sua admiração ao ouvir: “eu não faço nada, apenas guardo a dor”. Ao relatar este fato, a conferencista destacou que cada um lida com a dor e o sofrimento de uma forma própria, como esta sua coirmã. A irmã de congregação dava um sentido para sua dor. E quando se dá sentido ao sofrimento e à dor, as cores da existência mudam.


“O homem é um ser condenado a buscar sentido, a captar que há algo que lhe transcende – isto é, a dimensão espiritual” (Dulcinéa da Mata Ribeiro Monteiro - analista jungiana).


Perguntada, se era feliz trabalhando no hospital, Irmã Bernadete respondeu que “no início foi um desafio, como continua sendo, mas que se sente feliz, muito feliz. A gente sofre junto com os pacientes e familiares, mas sofrer não tira a felicidade de ninguém”.

"A morte não é o fim de tudo.
Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte o homem acaba, e a alma começa.
Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?
Eu sou uma alma.
Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.
O que constitui o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro.
O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra.
Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.
Aí, olha, distingue ao longe a campina, Aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem.
O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade.
Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que não possuirá ele um corpo sutil, etéreo.
De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo.
É por demais pesado para esta terra.
O mundo luminoso é o mundo invisível.
O mundo do luminoso é o que não vemos.
Os nossos olhos carnais só veem a noite.
A morte é uma mudança de vestimenta.
A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.
Na morte o homem fica sendo imortal.
A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação.
Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As almas passam de uma esfera para outra, tornam-se cada vez mais luz.
Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
O ponto de reunião é no infinito.
Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito.”

Victor Hugo



*Irmã Maria Bernadete Gonçalves de Pinho é religiosa da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, reside em Petrópolis, atua no Hospital Casa da Providência, além de pertencer à equipe de coordenação do Curso de Extensão “Sua Saúde – Espiritualidade na qualidade de vida”, é formada em Psicologia, ser mestra em Ciências da Saúde e atuar profissionalmente na área da Psicologia hospitalar.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
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